sábado, 1 de junho de 2019

TODA SEMENTE TEM UMA COLHEITA

Eu sou um orador público que ensina a colegas canadenses modos criativos de comprar imóveis. Um dos meus primeiros formandos, um policial chamado Roy, usou as minhas ideias de um modo muito comovente.
A história começa anos antes de Roy fazer o meu curso. Em suas rondas regulares, ele tinha o hábito de visitar um velho que vivia em uma maravilhosa mansão de quinze mil metros quadrados que dava vista para uma ravina. O velho vivera lá praticamente a sua vida inteira e adorava a vista, as muitas árvores seculares e o riacho.
Quando Roy ia vê-lo, uma ou duas vezes por semana, o velho oferecia-lhe chá e eles sentavam-se para conversar, ou caminhavam durante alguns minutos pelo jardim. Uma dessas visitas foi triste. Em lágrimas, o velho admitiu que não estava bem de saúde e tinha de vender a sua bela mansão e mudar-se para uma clínica de repouso.
Àquela altura, Roy havia feito o meu curso e teve a ideia maluca de que poderia usar a sua criatividade para encontrar um modo de comprar a mansão.
O homem queria trezentos mil dólares pela casa, que não estava hipotecada. Roy só tinha três mil dólares economizados. Naquela época ele pagava quinhentos dólares de aluguel e seu salário como policial era razoável. Parecia impossível o homem e o policial esperançoso fecharem o negócio... se não fosse levado em conta o poder do amor.
Roy lembrou-se das palavras que ouvira em meu curso – devia-se descobrir o que o vendedor realmente quer e dar isso a ele. Depois de refletir muito, Roy finalmente encontrou a resposta. Aquilo de que o homem sentiria mais falta era caminhar pelo seu jardim. Ele disse impulsivamente:
-- Se o senhor vender para mim a sua casa prometo ir buscá-lo um ou dois domingos por mês e trazê-lo para cá para sentar-se aqui e passear pelo jardim comigo, como nos velhos tempos.
O velho sorriu, surpreso e feliz. Ele disse a Roy para fazer por escrito uma oferta que parecesse justa, e ele a assinaria. Roy ofereceu tudo o que pôde. O preço de venda era trezentos mil dólares. A entrada era de três mil dólares. Para o pagamento do restante foi feita uma hipoteca no valor de 297 mil dólares com juros de quinhentos dólares por mês. O velho ficou tão feliz que deu para Roy toda a mobília antiga da casa, inclusive um piano de pequena cauda.
Roy ficou surpreso com a sua incrível vitória financeira, mas a verdadeira vitória foi do velho, feliz com o relacionamento de que ambos partilharam.
Pense nisso
Marisete Silva

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