segunda-feira, 28 de maio de 2018

VOCÊ TEM EQUILIBRIO?

 "Certo dia, a solidão bateu à porta de um grande sábio. 
Ele convidou-a para entrar. Pouco depois, ela saiu decepcionada. 
Havia descoberto que não podia capturar aquele ser bondoso, pois ele
 nunca estava sozinho: estava sempre acompanhado pelo amor de Deus. 
 
De outra feita, a ilusão também bateu à porta daquele sábio. 
Ele, amorosamente, convidou-a a entrar em sua humilde morada.
Logo depois, ela saiu correndo e gritando que estava cega. 
O coração do sábio era tão luminoso de amor que havia
 ofuscado a própria ilusão. 
 
Em um outro dia, apareceu a tristeza. Antes mesmo que ela batesse à porta, 
o sábio assomou a cabeça pela janela e dirigiu-lhe um sorriso enternecedor. 
A tristeza recuou, disse que era engano e foi bater em alguma outra porta que 
não fosse tão luminosa. 
 
A fama do sábio foi crescendo e a cada dia novos visitantes chegavam,
 objetivando conquistá-lo em nome da tentação. 
 
Em um dia era o desespero, no outro a impaciência. Depois vieram a mentira, 
o ódio, a culpa e o engano. Pura perda de tempo: o sábio convidava todos a
 entrar e eles saíam decepcionados com o equilíbrio daquela alma bondosa. 
 
Porém, um dia a morte bateu à sua porta. Ele convidou-a a entrar. 
Os seus discípulos esperavam que ela saísse correndo a qualquer momento,
 ofuscada pelo amor do mestre. Entretanto, tal não aconteceu. 
 
O tempo foi passando e nem ela nem o sábio apareciam. Os discípulos, cheios 
de receio, penetraram a humilde casa e encontraram o cadáver de seu mestre
 estirado no chão. Começaram a chorar ao ver que o querido mestre havia partido 
com a morte.
 
 Na mesma hora, adentraram na casa a ilusão, a solidão e todos os outros servos
 da ignorância que nunca haviam conseguido permanecer anteriormente naquele recinto. A tristeza dos discípulos havia aberto a porta e os mantinha lá dentro.
 
 Enquanto isso, em outra dimensão, levado pela morte, o sábio instalava-se 
em sua nova residência. Agora, só batem em sua porta os espíritos luminosos. 
E, amorosamente, ele continua convidando todos os que batem a entrar.
 
 E ninguém quer sair de lá, pois agora o grande mestre 
"mora no coração de Deus".
Pense nisso
Marisete Silva

sábado, 19 de maio de 2018

CUIDADO COM O QUE VOCÊ ESTÁ PLANTANDO.

homem tremiam, e a vista era embaralhada, e o seu passo era hesitante. A família comeu junto à mesa.
Mas as mãos trêmulas do avô ancião e sua visão falhando, tornou difícil o ato de comer. Ervilhas rolaram da colher dele sobre o chão. Quando ele pegou seu copo, o leite derramou na toalha da mesa. A bagunça irritou fortemente seu filho e nora: "Nós temos que fazer algo sobre o Vovô", disse o filho. "Já tivemos bastante do seu leite derramado, ouvindo-o comer ruidosamente, e muita de sua comida no chão ".
Assim o marido e esposa prepararam uma mesa pequena no canto da sala. Lá vovô comia sozinho enquanto o resto da família desfrutava do jantar.
Desde que o Avô tinha quebrado um ou dois pratos, a comida dele foi servida em uma tigela de madeira.
Quando a família olhava de relance na direção do vovô, às vezes percebiam nele uma lágrima em seu olho por estar só. Ainda assim, as únicas palavras que o casal tinha para ele eram advertências acentuadas quando ele derrubava um garfo ou derramava comida.
O neto mais velho de quatro anos assistiu tudo em silêncio. Uma noite antes da ceia, o pai notou que seu filho estava brincando no chão com sucatas de madeira. Ele perguntou docemente para a criança, "O que você está fazendo?"
Da mesma maneira dócil , o menino respondeu "Oh, eu estou fabricando uma pequena tigela para você e Mamãe comerem sua comida quando eu crescer."
O neto mais velho de quatro anos sorriu e voltou a trabalhar. As palavras do menino golpearam os pais que ficaram mudos. Então lágrimas começaram a fluir em seus rostos. Entretanto nenhuma palavra foi falada, ambos souberam o que devia ser feito. Aquela noite o marido pegou a mão do Vovô e com suavidade o conduziu atrás da mesa familiar. Para o resto de seus dias de vida ele comeu sempre com a família. E por alguma razão, nem marido nem esposa pareciam se preocupar mais quando um garfo era derrubado, ou leite derramado, ou que a toalha da mesa tivesse sujado.
Pense nisso

quarta-feira, 16 de maio de 2018

QUAL É SEU MEDO?

Um rei, que gostava da companhia de Saulo seu súdito e que também gostava de caçar, ordenou-lhe que o acompanhasse numa caçada de ursos.
Saulo ficou aterrorizado com a ideia.
Depois da caçada, quando voltou à sua aldeia, alguém lhe perguntou:
— "Como foi a caçada?"
— "Maravilhosa", disse Saulo.
— "Quantos ursos você viu?" perguntou o homem.
— "Nenhum", respondeu Saulo.
— "Mas, então, como pode ter sido maravilhosa?" questionou o homem com curiosidade.
— "Quando você está caçando ursos, e quando você sou eu, não ver urso nenhum é uma experiência maravilhosa", disse 
saulo.
Pense nisso
Marisete Silva

sábado, 12 de maio de 2018

QUAIS SÃO SUAS JÓIAS

Era uma clara manhã de sol na antiga cidade de Roma, muitas centenas de anos atrás. Dois irmãos brincavam no jardim quando a mãe, Cornélia, chamou-os para entrarem.
– Uma amiga vem jantar aqui hoje – disse ela. – Ela é muito rica e vai nos mostrar suas joias.
Pouco depois a mulher chegou. Seus dedos reluziam com os anéis, os braços brilhavam com os braceletes. Correntes de ouro contornavam seu pescoço e fios de pérolas cintilavam nos cabelos.
– Você já viu uma pessoa tão bonita assim? – sussurrou o irmão menor ao outro. –Ela parece uma rainha!
Olharam para a própria mãe, vestida apenas com uma roupa branca. Suas mãos e braços estavam nus, e a cabeça era coroada apenas por tranças enroladas de seus próprios cabelos castanhos e macios. Mas o sorriso bondoso iluminava seu rosto mais do que qualquer outra pedra preciosa.
– Vocês gostariam de ver mais alguns de meus tesouros? – perguntou a rica mulher.
Um servo trouxe uma caixa e colocou-a na mesa. A mulher abriu-a, e viram um monte de rubis vermelhos como sangue, safiras azuis como o céu, esmeraldas verdes como o mar e diamantes que refulgiam como o sol!
Os irmãos olharam para as gemas.
–Ah! – suspirou o menor. –Se pelo menos nossa mãe pudesse ter essas coisas maravilhosas!
Enfim, a caixa foi fechada e levada embora.
–Diga-me, Cornélia – disse a rica mulher, com um sorriso de compaixão –, é verdade que você não tem joias? É verdade que você é tão pobre assim?
Cornélia sorriu:
– De maneira alguma – disse ela –, eu tenho joias muito mais valiosas que as suas!
– Então deixe-me vê-las – a mulher riu. – Onde estão?
Cornélia puxou os meninos para si.
– Estas são as minhas joias – sorriu. – Não são muito mais preciosas do que as suas pedrarias?
Os dois meninos, Tibério e Caio Graco, nunca se esqueceram do orgulho, carinho e amor da mãe. Anos mais tarde, quando se tornaram grandes estadistas de Roma, gostavam de se lembrar dessa cena. E quando o povo romano erigia estátuas em honra dos irmãos, nunca se esqueciam de prestar tributo à mulher que os ensinara a serem sábios e bons. Os romanos inscreveram em sua tumba: “Cornélia, mãe dos Gracos.”
Pense nisso
Marisete Silva

sexta-feira, 4 de maio de 2018

PENSE ANTES DE FAZER

Era uma vez um fazendeiro que tinha um filho chamado Lucas, um menino muito habilidoso mas inconsequente e desatento ao que lhe diziam para fazer.
Um dia, o pai lhe disse:
– Lucas, você é tão descuidado e distraído que, toda vez que fizer algo errado, vou enfiar um prego neste poste, para você reparar quantas vezes você faz bobagem. E toda vez que você agir certo, vou retirar um prego.
O pai fez o que disse, e todo dia tinha um ou às vezes um monte de pregos para enfiar, mas raramente algum para retirar.
Por fim, Lucas reparou que o poste já estava muito coberto de pregos e sentiu vergonha de tantas falhas. Resolveu ser um menino melhor e, no dia seguinte, foi tão bom e cuidadoso que vários pregos foram retirados. No dia seguinte, foi a mesma coisa, e assim por um longo tempo, até que finalmente só restou um prego. Seu pai o chamou e disse:
– Olhe, Lucas, este é o último prego e já vou retirá-lo. Está contente?
Lucas olhou para o poste e então, em vez de mostrar alegria, como o pai esperava, explodiu em lágrimas.
– Ora – disse o pai –, o que foi? Pensei que você ia ficar muito feliz; os pregos acabaram-se todos!
– É – soluçou Lucas –, os pregos sumiram, mas as marcas ainda estão aí.
É a mesma coisa, queridas crianças, com suas faltas e maus hábitos; vocês podem superá-los, consertá-los pouco a pouco, mas as marcas ficam. Por isso, ouçam meu conselho e, sempre que perceberem que estão fazendo alguma coisa errada, ou adquirindo um mau hábito, parem logo. Pois, cada vez que vocês cederem, vão estar enfiando outro prego, e isso vai deixar uma marca em sua alma mesmo que, mais tarde, o prego seja retirado.
Pense nisso
Marisete Silva