segunda-feira, 26 de junho de 2017

EDUCAÇÃO, PRIORIDADE

Exausto, depois de um dia de caminhada pela estrada, o peregrino sentou-se à sombra da árvore. Antes de adormecer, contemplou um grupo de crianças, sem escola, brincando alegres num terreno baldio. Adormeceu sob essa impressão e sonhou: as crianças cresciam desproporcionalmente, agigantando-se sobre a cidade. Já não eram alegres, apresentavam fisionomias sombrias e  agressivas e, ao andar, esmagavam casas e pessoas sob seus pés insensíveis e monstruosos.
Acordou sobressaltado e logo veio-lhe em pensamento, como um sinal profético, o que seria sua missão: as crianças precisavam ser educadas.
Entusiasmou-se pela causa, mas antes era necessário criar a escola no coração das crianças.
Conquistou-as e, lentamente, foram surgindo as instalações, modestas, mas agradáveis, pela pedagogia do mutirão, com adesão de muitos pais.
Todavia, oposições veladas de professores e de alguns pais, robustecidas pelo apoio do prefeito, acabaram por liquidar com a “aventura subversiva”.
Já na estrada, escorraçado, o peregrino olha e, repentinamente, passa-lhe uma visão fugaz: vultos monstruosos crescem ameaçadores sobre a cidade indefesa...
Pense nisso
Marisete Silva

domingo, 25 de junho de 2017

VOCÊ TEM UMA TESE?

Num dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca, com o "notebook" e pôs-se a trabalhar, bem concentrado. Pouco depois passou por ali uma raposa, e viu aquele suculento coelhinho tão distraído, que chegou a salivar. No entanto, ela ficou intrigada com a atividade do coelho e aproximou-se, curiosa:
-Coelhinho, o que você está fazendo aí, tão concentrado?
-Estou redigindo a minha tese de doutorado, disse o coelho, sem tirar os olhos do trabalho.
-Hummmm... e qual é o tema da sua tese?
-Ah, é uma teoria provando que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas. A raposa ficou indignada:
-Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!
-Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu te mostro minha prova experimental.
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouvem-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois... silêncio. Em seguida, o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma aos trabalhos de sua tese, como se nada tivesse acontecido. Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho trabalhando naquela concentração toda e resolve então saber do que se trata aquilo tudo, antes de devorar o coelhinho:
-Olá, jovem coelhinho. O que o faz trabalhar tão arduamente?
-Minha tese de doutorado, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.
O lobo não se conteve com a petulância do coelho:
-Ah! Ah! Ah! Ah! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isto é um despropósito. Nós, os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa...
-Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me a minha toca? O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte. Ambos desaparecem toca adentro. Alguns instantes depois ouvem-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e... silêncio. Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível e volta ao trabalho de redação da sua tese, como se nada tivesse acontecido. Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensangüentados e pelancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme LEÃO, satisfeito, bem alimentado, palitando os dentes.
MORAL DA HISTÓRIA:
1.Não importa quão absurdo seja o tema de sua tese;
2.Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
3.Não importa se os seus experimentos nunca cheguem a provar sua teoria;
4.Não importa nem mesmo se suas idéias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos;
5.O que importa é QUEM ESTÁ APOIANDO SUA TESE...
Pense nisso
Marisete Silva

quarta-feira, 21 de junho de 2017

QUERER AS VEZES NÃO É PODER

Caminhavam dois burros, um com uma carga de açúcar, outro com uma carga de esponjas.
Dizia o primeiro:
- Caminhemos com cuidado, porque a estrada é perigosa.
O outro argüiu:
- Onde está o perigo? Basta andarmos pelo rastro dos que hoje passaram por aqui.
- Nem sempre é assim. Onde passa um, pode não passar outro.
- Que burrice! Eu sei viver, gabo-me disso, e minha ciência toda se resume em só imitar o que os outros fazem.
- Nem sempre é assim, nem sempre é assim... continuou a filosofar o primeiro.
Nisto alcançaram o rio, cuja ponte caíra na véspera.
- E agora?
- Agora é passar a vau.
O burro de açúcar meteu-se na correnteza e, como a carga ia se dissolvendo ao contato da água, conseguiu sem dificuldade pôr pé na margem oposta.
O burro da esponja, fiel às suas idéias, pensou consigo:
- Se ele passou, passarei também - e lançou-se ao rio.
Mas sua carga, em vez de esvair-se como a do primeiro, cresceu de peso a tal ponto que o pobre tolo foi ao fundo.
- Bem dizia eu! Não basta querer imitar, é preciso poder imitar - comentou o outro.
Pense nisso
Marisete Silva

sábado, 17 de junho de 2017

LAGARTA E BORBOLETA

...Uma lagarta... que nasceu de pequenos ovinhos germinados sobre as folhas verdes do chão... de uma linda Floresta.
Rastejava sobre a terra... buscando se firmar... Aprendia a viver assim... conhecendo outras lagartas... bichinhos... alimentando-se, subindo nas árvores, abrigando-se na umidade da terra, em um ritmo para muitos... muito lento... e para ela... natural.
Dia após dia vivendo... rastejando sobre a terra...
Um dia... chegada uma certa hora, hora que talvez só ela soubesse qual... um processo novo acontecia.
Começou a tecer um casulo... como uma casca acinzentada, a sua volta... envolvendo-se inteira... como se protegendo, não sei... e ali foi ficando por um bom tempo que a Sabedoria da Natureza determinava como sendo necessário...
Interessante que para muitas pessoas, ao olharem para aquele casulo pendurado em um galho... achavam que ali não havia vida... parecia mesmo estar tudo morto...
- Não há movimento aparente, não há cor, não há som... então não há vida (alguns diziam).
Outros curiosos diziam já ter aberto outros casulos e o que viram?
Uma massa se movimentando de forma extremamente lenta. Que coisa esquisita... pensavam. E os dias se seguiam.
E por incrível que pareça... pois existe um tempo para tudo, quando menos esperávamos... aquele mesmo casulo foi tomando uma certa tonalidade... um pouco de cor... como se fosse ficando quase transparente...
E na sabedoria do tempo... começaram a aparecer cores dentro deste casulo... e suaves movimentos...
Em um dia de sol... O casulo iniciou a abrir... e algo começou lentamente a sair de dentro... e a abertura foi aumentando...
É como se algo colorido... com movimentos leves... se espreguiçasse, abrindo-se mais aos raios do Sol... e numa espécie de magia... lindos pares de asas coloridas se estenderam... este novo corpo... que nasce... ou renasce buscando no desequilíbrio o seu equilíbrio... começando a se movimentar mais.
E o casulo abre inteiramente...
O que vemos?
Aquele Ser em forma de uma linda Borboleta...
Que ali está pronta para voar...
Voar em direção a luz do sol para se aquecer...
Buscando mais brilho... mais cores...
Agora aquela lagarta... pode ver e sentir o mundo de diferentes ângulos... sendo borboleta.
Ela voa alto... na copa das árvores... Voa alimentando-se no néctar das flores...
É leve... e livre...
É suave... embeleza a vida...
Parecendo frágil... muito forte se revela...
Agora semeando o pólen das folhas que em suas patas transporta delicadamente.
Semeia mais vida e beleza na Natureza...
E em suas angelicais passagens... entrega por sobre as folhas pequenos ovos...
Para que nasçam novas lagartas...
Acredito que elas já nascem sabendo no seu íntimo que um dia voarão...
E vivem a vida tranqüilamente...
Rastejando por sobre a terra...
Para um dia voar livremente.
Gosto de pensar que nascer... crescer... morrer se assemelham a esta bonita história de Trans... FormAção.
Pense nisso
Marisete Silva

quinta-feira, 15 de junho de 2017

VOCÊ É RICO OU POBRE?

Um dia, um pai de família rica levou seu filho pequeno para viajar pelo interior, com o propósito de mostrar o quanto as pessoas podem ser pobres. O objetivo era convencer o filho da necessidade de valorizar os bens materiais que possuía, o "status", o prestígio social, queria desde cedo passar esses valores para seu herdeiro.
Eles passaram um dia e uma noite numa pequena casa de taipa, de um morador da fazenda de seu primo. Quando retornaram da viagem o pai perguntou ao filho:
- O que achou da viagem?
- Gostei muito, Papai!
- Você viu a diferença entre viver na riqueza e viver na pobreza?
- Sim.
- E o que você aprendeu?
O filho respondeu:
- Eu vi que nós temos um cachorro em casa, e eles têm quatro. Nós temos uma piscina que alcança o meio do jardim, eles têm um riacho que não tem fim. Nós temos uma varanda coberta e iluminada com lâmpadas, eles têm as estrelas e a lua. Nosso quintal vai até o portão de entrada, eles tem uma floresta inteira.
Quando o pequeno garoto acabou de responder, seu pai estava perplexo.
O filho acrescentou:
-Obrigado Papai, por me mostrar o quão "pobre" nós somos!
Pense nisso
Marisete Silva

terça-feira, 13 de junho de 2017

VOCÊ JÁ ACENDEU A LUZ DE ALGUÉM?


Numa reserva, entre os aborígines, na Austrália havia um homem bastante velho. Posso assegurar-lhes que vocês nunca viram uma situação de pobreza tão alarmante como a desse pobre ancião. Todos o ignoravam. Seu lar era desarrumado e sujo.
- Por favor, disse-lhe eu certa vez, deixe-me limpar sua casa, lavar suas roupas e fazer sua cama.
- Estou bem assim, respondeu ele, não se preocupe.
- Pois ficará ainda melhor, insisti, se permitir que eu faça isso.
Ele concordou finalmente. Pude, portanto, limpar sua casa e lavar as suas roupas.
Encontrei no meio da bagunça uma lamparina inteiramente coberta de poeira. Só Deus sabe o tempo transcorrido desde que o homem a acendera pela última vez.
- O senhor não acende a sua lamparina? - perguntei-lhe. Não costuma usá-la?
- Não, respondeu ele, não recebo a visita de ninguém. Não preciso de luz. Para quem deveria acendê-la?
- O senhor a acenderia todas as noites se as irmãs passassem a visitá-lo?
- Naturalmente! respondeu ele.
Desse dia em diante, as irmãs combinaram entre si, visitar o pobre ancião todas as noites.
Dois anos se passaram.
Eu tinha esquecido completamente esse homem, quando ele enviou esta mensagem:
"Contem à minha amiga, que a luz que ela acendeu em minha vida continua acesa".
Pense nisso
Marisete Silva

segunda-feira, 12 de junho de 2017

VOCÊ SABE INTUIR A NATURALIDADE DE UM GESTO?

Era uma vez... um tímido pavão, mas tão tímido que só abria sua cauda escondido, para evitar que alguém o visse. Um dia, esse pavão, certo de que ninguém o estava olhando, sente a necessidade de esticar suas plumas, e faz com a cauda um belíssimo círculo. Mas ele não estava sozinho. Próximo dali, havia um grupo de naturalistas, que ficam fascinados pela beleza, harmonia e variedade das cores de suas plumas. Aproximam-se para parabenizá-lo, mas o pavão, intimidado, escapa. Eles o alcançam e o asseguram que desejam somente mostrar sua admiração. O pavão não consegue acreditar. Por demais vezes um grupo de artificiais o tinha criticado quando fazia seu círculo com a cauda, gesto para ele tão natural. Os artificiais pensavam que queria se exibir, ostentando a vivacidade de suas cores, a expressividade de suas plumas, a amplidão de seu círculo.
O pavão agora compreende que os artificiais não são capazes de intuir a naturalidade de seu gesto, sabem intuir somente a ostentação.
Pense nisso
Marisete Silva

domingo, 11 de junho de 2017

SEJA VOCÊ MESMO

Era uma vez um belo jardim com maçãs, laranjas, peras e lindas rosas. Tudo era alegria no jardim, com exceção de uma árvore que estava profundamente triste. A árvore tinha um problema: “Não sabia quem era, nem o que tinha de fazer.”
A macieira lhe disse que era muito fácil fazer saborosas maçãs. "Por que não tentar?"
“Não a escute, lhe disse a roseira. É melhor ter rosas. Não vê como elas são belas?”
E a árvore desesperada, tentava tudo o que lhe sugeriam, porém não lograva ser como as demais, se sentia cada vez mais frustrada.
Um dia chegou ao jardim uma coruja, o mais sábio dos pássaros, e ao ver o desespero da árvore, exclamou:
-Não se preocupe, seu problema não é grave, muitos seres sobre a Terra o têm. Vou lhe mostrar uma nova possibilidade:
- "Não dedique sua vida para ser como os outros querem que você seja ... Busque ser você mesmo, conhecendo e ouvindo a sua voz interior, ela irá dizer-lhe qual é a sua vocação, a sua missão nesta vida." E dito isso, a coruja desapareceu.
- Minha voz interior...? Ser eu mesmo?... Conhecer-me?... Vocação?... Missão?...
Perguntava a si mesmo a árvore desesperada, quando de repente ela percebeu ... E fechando os olhos e os ouvidos, pode abrir o seu coração, e ouvir uma voz interior dizendo:
"Você jamais dará maças porque você não é uma macieira, nem irá florescer a cada primavera, porque você não é uma roseira. Você é um carvalho, e seu destino é crescer grande e majestoso. Proporcione abrigo para pássaros, sombra para os viajantes, beleza para a paisagem ... Essa é a sua vocação .. É para isso que você nasceu. Descubra como se manifestar e cumpra a sua missão."
A árvore se sentiu forte e segura de si mesmo e se preparou para ser tudo aquilo para o qual foi concebida. Assim, logo cresceu e passou a ser admirada e respeitada por todos.
Só então o jardim ficou completamente feliz.
Pense nisso
Marisete Silva

segunda-feira, 5 de junho de 2017

SEU FILHO TAMBÉM GOSTARIA DE SER A TELEVISÃO?

Na sala de aula, a professora pediu aos alunos que fizessem uma redação com o título “O que eu gostaria de ser”. O tema era livre: as crianças poderiam ser um personagem, um objeto, uma pessoa ou um animal...
Já em casa quando corrigia as redações dos seus alunos, deparou-se com uma que a surpreendeu. O marido entrou na sala nesse momento e, vendo-a chorar, perguntou o que havia acontecido. Ela apenas lhe entregou a redação e pediu que lesse.
O marido começou a ler:
"Eu queria ser uma televisão. Quero ocupar o espaço dela, viver como ela vive.
Ter um lugar especial para mim e conseguir reunir a minha família ao meu redor.
Ser levado a sério quando falar, ser o centro das atenções e ser escutado sem interrupções e perguntas.
E se eu estiver calado, quero receber a mesma atenção que a televisão recebe quando não funciona.
Ter a companhia do meu pai quando ele chega em casa, mesmo cansado.
Que a minha mãe me procure quando estiver sozinha e aborrecida, em vez de me ignorar.
Que os meus irmãos briguem para poderem estar comigo!
Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado de vez em quando, para passar alguns momentos comigo.
Por fim, como a televisão faz, quero poder divertir a todos de minha família.
Se eu fosse uma TV, eu viveria com a mesma intensidade que a televisão da minha casa vive."
Ao terminar de ler, o marido emocionado diz para a esposa:
- Meu Deus, coitado desse menino... que pais que ele tem!
A professora olhou bem nos olhos do marido e disse chorando:
- Essa redação é do nosso filho!
Pense nisso
Marisete Silva

domingo, 4 de junho de 2017

O PODER DEMONSTRA A SUA GRANDEZA SOMENTE PARA CONSTRUIR

Estando um ancião asceta moribundo no seu barraco miserável foi assaltado por um terrível bandido famoso pela sua crueldade, mas ao observar o ancião em sua pobreza e solidão, pela primeira vez sentiu compaixão da sua vítima e lhe perguntou:
- O que posso fazer por ti velho miserável?
O ancião o observou detalhadamente como tratando de decifrar algum mistério em sua mirada e pausadamente lhe pediu:
- Estas vendo aquela frondosa árvore bem na frente do meu barraco? Vai e me traga um galho bem grande e forte.
O assassino pegou o seu machado e com três golpes certeiros cortou um grande galho. Entrando no barraco, jogou o galho ao lado do leito do velho, deu volta e próximo a partir, escutou uma vez mais a voz do ancião que lhe suplicou:
- Por favor, me ajuda uma vez mais. Pega esse galho e o devolve ao seu lugar de origem!
O bandido surpreendido gritou:
- Impossível, jamais poderá fazer com que esse galho volte a estar em seu lugar!
O místico o contestou:
- Recorde sempre que o autêntico poder não é para destruir. O poder demonstra a sua grandeza somente para construir.
O assassino soltou seu machado e acompanhou o velho até ele morrer em paz.
Pense nisso
Marisete Silva