terça-feira, 29 de agosto de 2017

FAÇA UMA BOA ESCOLHA

Uma mulher regava o jardim de sua casa e viu três velhos à sua frente. Não os conhecia e disse:
- Não creio conhecê-los, mas devem ter fome. Por favor, entrem em minha casa e comam algo.
Eles perguntaram:
- O homem da casa está?
- Não, respondeu ela.
- Então, não podemos entrar.
Ao entardecer, quando o marido chegou, ela contou o sucedido.
- Ora, diga-lhes para que entrem!
A mulher saiu e convidou os três.
- Não podemos entrar os três juntos, explicaram os velhinhos.
- Por quê?
Um dos homens apontou um dos companheiros e explicou:
- Seu nome é Riqueza. Logo indicou o outro: Seu nome é Êxito e eu me chamo Amor. Agora, entre e decida com seu marido qual dos três será convidado.
A mulher entrou e contou ao marido sobre o que ouvira. O homem ficou feliz:
- Que bom! E já que o assunto é assim, convidemos a Riqueza! Que entre e encha nossa casa.
A mulher não concordou:
- Querido, por que não convidamos o Êxito?
A filha que estava escutando veio correndo:
- Não seria melhor convidar o Amor? Nossa casa ficaria, então, feliz...
- Sigamos o conselho de nossa filha, disse o marido à sua mulher. Vá lá fora e convide o Amor a ser nosso hóspede.
A mulher saiu e perguntou:
- Qual de vocês é o Amor? Por favor, venha. Você é nosso convidado.
O amor avançou para dentro da casa e os outros dois o seguiram.
Surpreendida, a mulher perguntou:
- Convidei o Amor, por que o seguem? Também vão entrar?
Os velhos responderam juntos:
- Se tivesse convidado a Riqueza ou o Êxito, os outros dois ficariam de fora. Mas, como o Amor foi convidado, onde ele vai nós o seguimos.
Pense nisso
Marisete Silva

sábado, 26 de agosto de 2017

UM ENSINO PRECIOSO

Era uma vez um homem que estava dormindo. Enquanto dormia engoliu um animal venenoso que lhe ficou entalado na garganta.
Levantou-se numa espécie de delírio e começou a tossir e a se sacudir, tentando livrar-se de um mal que absolutamente não compreendia.
Um cavaleiro que passava por ali naquele momento viu, num relance, tudo o que havia acontecido. Imediatamente ergueu o chicote e começou a açoitar o homem, golpeando-o sem piedade, até que ficou negro e azulado.
O homem, meio enlouquecido, tentou gritar-lhe que parasse, mas não conseguia fazer com que as palavras saíssem. Enquanto corria, ou se espojava no chão, ou se revirava, sempre recebia uma chuva de golpes implacáveis.
O cavaleiro não dizia uma palavra.
Finalmente, como resultado de uma terrível náusea, o animal venenoso foi vomitado pelo ressentido estômago do homem aflito. O animal caiu ao chão e estrebuchou. O cavaleiro, sem uma palavra, esporeou o cavalo e partiu.
Somente então o homem percebeu que aquilo que lhe parecera um assalto injustificado, havia sido, na verdade, a única forma de se livrar do animal antes que o veneno fosse injetado em seu sangue.
Este tipo de coisa não acontece todos os dias, nem a todas as pessoas, nem todo o tempo. Mas, às vezes, há na vida de todas as pessoas ocasiões em que se pode estar recebendo ajuda embora se acredite que se esteja recebendo um malefício, e vice-versa. No ensinamento superior, o mestre não se exime de um dever tão penoso como o do cavaleiro em nossa parábola; como tampouco se pode esperar que ele seja invariavelmente duro.
Pense nisso
Marisete Silva

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

VOCÊ SABE OUVIR?


Existia um homem que vivia insatisfeito, estressado e bastante infeliz, pelo relacionamento sofrível que tinha com a esposa. Todos os dias, ambos chegavam cansados dos seus respectivos trabalhos e o que acontecia entre os dois era um total desentendimento, desarmonia e, consequentemente, era impossível haver diálogo.
No momento em que ele chegava em casa, normalmente já encontrava a esposa que, indignada e não menos estressada, com os afazeres do dia e mais o acúmulo do "terceiro expediente", começava a falar e reclamar, sem parar. O marido, por sua vez, não aguentava a pressão e, impaciente, respondia em cima de cada palavra - quer gostasse, quer não gostasse. Na verdade, os dois não conseguiam se entender e ele, esbravejando, saía batendo a porta  e só retonava bem tarde da noite. E, assim, aconteceu durante muito tempo.
Um amigo, com o qual normalmente desabafava, aconselhou-o a procurar um homem que era tido como uma pessoa muito boa e capaz, especialista em aconselhamento de casais. Certamente, ele teria alguma solução para o seu problema com a esposa. Meio cético, o machucado marido foi procurar o tal homem.
Chegando lá, deparou-se com um local muito bonito, uma casa simples, fincada em meio a muito verde, pássaros soltos nas árvores, cânticos das cigarras e uma brisa suave, com cheiro de terra batida e verde silvestre.
Foi ao encontro do homem e contou-lhe o seu problema com a esposa. Após ouvi-lo, o velho homem adentrou na casa e voltou com duas garrafas - uma maior uma pequenina. As duas garrafas continham um líquido transparente. Entregou-as ao visitante e deu-lhe a seguinte orientação:
" - Mantenha com você, sempre, essa garrafinha pequena (por ser mais prática de carregar), cheia. No exato momento em que você for chegando em casa, tome um gole bem grande do líquido e fique com ele na boca, sem engolir, durante trinta minutos. Faça essa receita por dez dias consecutivos e, depois, volte aqui."
O homem achou estranho, mas resolveu seguir à risca a orientação do outro. Foi embora e, como estava mesmo na hora de voltar para casa, percebeu que já era o momento de fazer o primeiro teste. De fato, no exato momento de entrar em casa, levou a garrafinha à boca e deixou o gole durante o tempo em que o velho havia lhe ensinado fazer. Sua esposa fez o de sempre: começou a falar, reclamar, soltando "cobras & lagartos" e o marido, no seu desespero de querer responder, não dizia nada.
Ao final dos trinta minutos, ele engoliu e aí... tudo o que queria responder, já não fazia mais sentido.  Conversou outras coisas com a esposa e até dormiram juntos (melhor ainda: ficaram ACORDADOS, também). Durante todos os outros dias, repetiu a receita e lá pelo oitavo dia, a esposa recebeu-o com ar de preocupação: " - Meu filho... o que é que você tem?! Eu fico o tempo todo falando sozinha, digo, digo e digo e você nada... nada, não reage, não fala. Por outro lado, eu tenho sentido que estamos conseguindo conversar. O que é que está acontecendo?"
Bem feliz agora, com os resultados alcançados, retornou no décimo primeiro dia à casa do velho. Lá chegando, indagou-lhe qual era o conteúdo milagroso que ele tinha lhe dado. O velho, então, respondeu: " - Água... Com apenas um gole d'água na boca, você conseguiu fazer uma coisa que é o calo de muita gente: saber ouvir."
Pense nisso
Marisete Silva

terça-feira, 22 de agosto de 2017

APRENDA A ESCREVER NA AREIA

Dois amigos iam caminhando pelo deserto.
A certa altura da viagem, começaram a discutir, e um amigo desferiu no outro uma bofetada.
Entristecido, mas sem dizer nada, o que havia recebido o golpe escreveu na areia:
"Meu melhor amigo deu-me uma bofetada."
Seguiram caminhando até que encontraram um lindo lago, onde decidiram banhar-se.
O amigo que havia recebido a bofetada começou a se afogar. O outro mais que depressa, correu ao seu encontro e o salvou.
Depois de se recuperar do susto, tomou uma pedra e escreveu:
"Meu melhor amigo hoje salvou-me a vida."
O amigo, que antes o havia agredido e agora o salvara, exclamou:
- Quando te agredi, escreveste na areia e agora escreves numa pedra? Por quê?
O outro amigo respondeu:
- Quando alguém nos machuca, devemos escrever na areia, onde os ventos do perdão poderão facilmente apagá-lo; mas, quando alguém nos faz algo de bom, devemos escrever em pedras para que ninguém possa apagá-lo.
Portanto, aprendamos a escrever na areia as nossas mágoas e em pedras nossas alegrias!
Pense nisso
Marisete Silva

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

ENSINE COM SUAS ATITUDES

Napoleão Bonaparte foi, sem dúvida, um dos maiores líderes que o mundo já conheceu. Certa vez, seu exército estava se preparando para uma de suas maiores batalhas. As forças adversárias tinham um contingente três vezes maior que o das tropas de Napoleão, além de um equipamento muito superior.
Napoleão avisou os generais de que estava indo também para a frente de batalha e eles procuraram convencê-lo a mudar de ideia:
— Comandante, o senhor é o império. Se morrer, o império deixará de existir. A batalha será muito difícil. Deixe que nós cuidaremos de tudo. Por favor, fique. Confie em nós.
Tudo em vão, nada fez Napoleão mudar de ideia. No meio da noite, o general Junot, um de seus brilhantes auxiliares e também amigo, procurou-o e, de novo, tentou mostrar o perigo de o imperador ir para a frente de batalha. Napoleão olhou-o com firmeza e disse:
— Não tem jeito, eu vou.
— Mas por quê, comandante?
E Napoleão respondeu: — É mais fácil puxar do que empurrar.
Servir de exemplo não é a melhor forma de ensinar; é a única forma de ensinar!
Pense nisso
Marisete Silva

terça-feira, 15 de agosto de 2017

PERSISTA

O menino amava sua árvore. Plantara-a despretensiosamente num pequeno terreno, depois em chão especial, onde se desenvolvia com todo o viço e beleza.
Bem cedo e, à tarde, ao voltar do colégio, regava-a, com todo o carinho. Os colegas zombavam, mas ele não se importava, e a árvore crescia.
Por inveja, um dos colegas derramou ácido na raiz da árvore. Esta fenecia lentamente, para tristeza do menino que, sem perder a esperança, prosseguia em seu ritual de levar a água salvadora.
A árvore lânguida sorvia o líquido, como numa interação mística. A relação menino / árvore era comovente, mas os coleguinhas riam de sua dedicação inútil. Um dia, o menino teve a certeza indesejável; a árvore, toda ressequida, já não respondia. O menino chorou. De repente, com os olhos turvos pelas lágrimas, viu, por entre as raízes desvitalizadas, brotando uma nova árvore: uma semente, agradecida pela água generosa, surgia triunfante. O menino, maravilhado, contemplou o céu e alegrou-se.
Pense nisso
Marisete Silva

terça-feira, 8 de agosto de 2017

NUNCA MINTA

"Um jovem de 16 anos  vivia com seus pais, na instituição que seu avô havia fundado, e que ficava a 18 milhas da cidade mais próxima. Viviam no interior, em meio aos canaviais, e não tinham vizinhos, por isso ele e suas irmãs  sempre ficavam entusiasmados com a possibilidade de ir até a cidade para visitar os amigos ou ir ao cinema.
Certo dia meu seu pediu-lhe que o levasse até a cidade, onde participaria de uma conferência durante o dia todo. Ele ficou radiante com esta oportunidade. Como iam até a cidade, sua mãe lhe deu uma lista de coisas que precisava do supermercado e, como passariam o dia todo, seu pai lhe pediu que tratasse de alguns assuntos pendentes, como levar o carro à oficina.
Quando se despediram seu pai lhe  disse:
"Nos vemos aqui, às 17 horas, e voltaremos para casa juntos".
Depois de cumprir todas as tarefas,ele foi até o cinema mais próximo. Distraiu-se tanto com o filme duplo que esqueceu da hora. Quando deu-se conta eram 17h30. Correu até a oficina, pegou o carro e apressou-se a buscar seu pai. Eram quase 6 horas.
Seu pai lhe perguntou ansioso:
"Porque chegou tão tarde?"
Ele sentia-se mal pelo ocorrido, e não teve coragem de dizer que estava vendo um filme. Então, lhe disse que o carro não ficara pronto, e que tivera que esperar. O que ele não sabia era que seu pai já havia telefonado para a oficina. Ao perceber que ele estava mentindo, disse-lhe:
"Algo não está certo no modo como o tenho criado, porque você não teve a coragem de me dizer a verdade. Vou refletir sobre o que fiz de errado a você. Caminharei as 18 milhas até nossa casa para pensar sobre isso".
Assim, vestido em suas melhores roupas e calçando sapatos elegantes, começou a caminhar para casa pela estrada de terra sem iluminação.
Ele não o deixou sozinho...guiou por 5 horas e meia atrás dele...vendo seu pai sofrer por causa de uma mentira estúpida que ele havia dito.
O jovem decidiu ali mesmo que nunca mais mentiria.
Muitas vezes vezes o jovem lembrava deste episódio e pensava: "Se ele tivesse me castigado da maneira como nós castigamos nossos filhos, será que teria aprendido a lição?" Não, não creio. Teria sofrido o castigo e continuaria fazendo o mesmo. Mas esta ação não-violenta foi tão forte que ficou impressa na memória como se fosse ontem.
Este é o poder da vida sem violência".
Pense nisso
Marisete Silva