terça-feira, 8 de agosto de 2017

NUNCA MINTA

"Um jovem de 16 anos  vivia com seus pais, na instituição que seu avô havia fundado, e que ficava a 18 milhas da cidade mais próxima. Viviam no interior, em meio aos canaviais, e não tinham vizinhos, por isso ele e suas irmãs  sempre ficavam entusiasmados com a possibilidade de ir até a cidade para visitar os amigos ou ir ao cinema.
Certo dia meu seu pediu-lhe que o levasse até a cidade, onde participaria de uma conferência durante o dia todo. Ele ficou radiante com esta oportunidade. Como iam até a cidade, sua mãe lhe deu uma lista de coisas que precisava do supermercado e, como passariam o dia todo, seu pai lhe pediu que tratasse de alguns assuntos pendentes, como levar o carro à oficina.
Quando se despediram seu pai lhe  disse:
"Nos vemos aqui, às 17 horas, e voltaremos para casa juntos".
Depois de cumprir todas as tarefas,ele foi até o cinema mais próximo. Distraiu-se tanto com o filme duplo que esqueceu da hora. Quando deu-se conta eram 17h30. Correu até a oficina, pegou o carro e apressou-se a buscar seu pai. Eram quase 6 horas.
Seu pai lhe perguntou ansioso:
"Porque chegou tão tarde?"
Ele sentia-se mal pelo ocorrido, e não teve coragem de dizer que estava vendo um filme. Então, lhe disse que o carro não ficara pronto, e que tivera que esperar. O que ele não sabia era que seu pai já havia telefonado para a oficina. Ao perceber que ele estava mentindo, disse-lhe:
"Algo não está certo no modo como o tenho criado, porque você não teve a coragem de me dizer a verdade. Vou refletir sobre o que fiz de errado a você. Caminharei as 18 milhas até nossa casa para pensar sobre isso".
Assim, vestido em suas melhores roupas e calçando sapatos elegantes, começou a caminhar para casa pela estrada de terra sem iluminação.
Ele não o deixou sozinho...guiou por 5 horas e meia atrás dele...vendo seu pai sofrer por causa de uma mentira estúpida que ele havia dito.
O jovem decidiu ali mesmo que nunca mais mentiria.
Muitas vezes vezes o jovem lembrava deste episódio e pensava: "Se ele tivesse me castigado da maneira como nós castigamos nossos filhos, será que teria aprendido a lição?" Não, não creio. Teria sofrido o castigo e continuaria fazendo o mesmo. Mas esta ação não-violenta foi tão forte que ficou impressa na memória como se fosse ontem.
Este é o poder da vida sem violência".
Pense nisso
Marisete Silva

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